Diário de Bordo - Sérgio

 

10/02/2006

Hoje fazemos dois meses de viagem. Acordamos tarde, fizemos as obrigações de bordo, demos um pulo na piscina e no meio da tarde fomos até Parati. A Lu, que viria passar o final de semana conosco, ligou dizendo não estar muito bem e que talvez viesse amanhã. O tempo estava meio chuvoso. Almoçamos na costelaria para comemorar o aniversário da viagem. Comemos um doce em seguida fomos até uma lan-house onde fiquei um bom tempo trabalhando no site. Fomos tentar conhecer o Museu de Minerais, do qual havíamos visto um folheto de propaganda. Chegando lá soubemos que a inauguração é amanhã. Na volta a chuva nos pegou e corremos para a doceria, onde experimentamos outra torta doce enquanto esperávamos a chuva diminuir. Passamos então no supermercado e voltamos para a marina embaixo de garoa. No barco a Carol estudou inglês (ela está com dificuldades de pronúncia e conversação apesar de saber a matéria) e o Jonas ciências. Fizemos um capeletti com molho branco para o jantar e dormimos gostoso ao som de chuva.

 

11/02/2006

Acordamos tarde, pois a chuva não para de cair. É uma chuva fraca, mas que atrapalha os passeios e dá preguiça na gente. A Lu disse já estar melhor, mas não virá para se recuperar bem. Fomos até a cidade para ver o Museu de Minerais e nos surpreendemos. Os minerais expostos são extremamente belos! Eu nunca havia visto uma exposição de minerais tão bonita. Eles tem uma lojinha também e o Jonas ficou tentado a comprar um pedaço de meteorito. Almoçamos em Parati, comemos a torta (estamos experimentando cada uma das tortas da doceria), passamos na lan-house, puxamos e-mail´s e voltamos para o barco. No barco aproveitei para fazer uma coisa que estava adiando há tempos: dobrar todas as cartas náuticas e classificá-las por região para ficar mais fácil o acesso. Conseguimos dobrar todas as 69 cartas que ganhamos como apoio da Marinha e agora só falta classificá-las e atualizá-las (o que vai dar um bom trabalho também). Separamos também alguns livros que já lemos para devolver para a Jane e alguns para emprestar para meu irmão, que virá na semana que vem. Se deixarmos, vamos colocando coisas dentro do barco e esquecendo de tirar outras. Aí o espaço vai diminuindo e a bagunça aumentando. Tirando o que não vamos mais usar ganhamos espaço para outras coisas e mantemos a ordem. Dormimos tarde e, no meio da noite acordei com dor de barriga, fiquei com insônia e permaneci algumas horas acordado.

 

12/02/2006

Após a insônia da noite acabei acordando tarde. As crianças ainda estavam dormindo e a chuva ainda caia. É muito gostoso dormir no barco. Gosto mais de dormir embarcado do que numa cama “que não se mexe”. Se estiver chovendo então (desde que não chova em cima da gente) fica melhor ainda. Fizemos nossas obrigações (louça, diários, café, arrumação do barco, etc.) e fomos para a cidade tentar falar através de computador com algumas pessoas queridas de São Paulo. Problemas técnicos nos computadores das pessoas com quem iríamos falar impediram o contato. Acabamos falando por celular mesmo e muito rapidinho. Ligamos para a Berê e tomamos um chá com ela na doceria “Sabor e Arte” (aquela doceria gostosa, que falei nos últimos dias) e ficamos batendo papo. Fui na lan-house e vi os preços de passagem de avião para ir para São Paulo no casamento da Magali (tia das crianças) que vai acontecer dia 15 de abril. Resultado: impraticável. Em compensação o ônibus do Rio de Janeiro para São Paulo é mais rápido e barato do que eu pensava. Dessa forma redefinimos nosso trajeto: ficamos em Parati até meados de março, vamos para o Rio de Janeiro, fazemos os passeios por lá, voltamos para o casamento da Magali em meados de abril e, por fim, retornamos ao Rio se seguimos para Cabo Frio na seqüência. O bom disso é que vai atrasar pouco o cronograma que eu havia feito. Após a lan-house almoçamos (já eram quase seis horas da tarde, mas como havíamos tomado o café tarde e comido um doce com a Berê, ninguém estava com muita fome), passeamos no centro histórico, fomos ao mercado e voltamos para a marina. Ensinei as crianças a lógica do “campo minado” no computador e li um pouco do livro “História de Robôs” que a Carol havia me dado de presente. Após uma sopinha de jantar, dormimos gostoso com a chuva ainda caindo.

 

13/02/2006

Acordamos tarde e logo me pus a abastecer o barco para irmos até Cajaíba (não agüentava mais ficar na marina, mesmo com toda atenção e todas as mordomias – me sinto preso e tudo fica monótono). Fui comprar gelo e depois fomos até Parati. Aproveitei para fazer algumas coisas de banco que precisava e enviar alguns e-mail´s na lan-house. Tomamos um lanche na “Sabor e Arte” e fomos até uma loja de informática para ver o que estava acontecendo com o wireless do meu computador. Resolvido o problema, passamos no mercado para fazer compras para os dias que estaremos fora e voltamos para a marina. Carregamos o barco, tomamos um banho de piscina, as crianças pescaram um pouco e, após o nosso jantar, dormimos tranqüilos aguardando o passeio de amanhã.

 

14/02/2006

Como é bom passear!!! Acordamos e logo soltamos as amarras para conhecer a praia de Cajaíba. Na saída, em virtude da maré baixa, batemos bem devagar na poita do barco ao nosso lado e o Fandango “montou” na poita. Resultado: não ia para frente nem para trás, mesmo com todo o motor acelerado. A maré ainda estava descendo, então tínhamos que agir rápido. Chamamos uma pessoa da marina para tentar puxar com o caíque, mas não havia espaço para poder puxar o Fandango com o caíque, nem para frente e nem para trás. Pedi então para que o rapaz amarrasse um cabo nosso numa poita atrás de nós. Uma vez amarrado, passei a caçar o cabo na catraca e em poucos segundos e sem grande esforço estávamos soltos. Seguimos viagem, mas quando estávamos passando perto da marina do Amyr Klink vimos dois mastros iguais com mastreação aero-rig e com as velas colocadas. Chegamos perto, vimos e fotografamos o “Parati 2”. Aproveitei para tentar encontrar o André do “Magic Too”, mas não o encontramos no barco. Continuamos a viagem e, após acelerar um pouco mais o motor, reparei que ele quis esquentar. Desacelerei e deixei nos 1.800 giros. Acho que na marina ele pegou sujeira com o rebuliço de água que o hélice levantou. Fiz nosso café no caminho e o vento não ajudou: esteve sempre na cara (estava bom era para ir para Ilha Grande). Chegamos na Praia Grande de Cajaíba e a primeira coisa que eu fiz foi dar uma espiada na quilha. Só havia um pequeno raspão na tinta de fundo e não chegou nem a amassá-la (ela é de chumbo). Com o bote a remo, fomos até a praia conhecê-la. Ela é muito bonita, as construções são típicas de pescadores e há um rio saindo no meio dela.Caminhamos por toda a praia, as crianças brincaram de escorregar nos morrinhos de areia do rio e voltamos para o bote. Queríamos conhecer também a famosa cachoeira de Cajaíba e perguntamos no barzinho que fica do lado esquerdo da praia (de quem olha do mar) onde ela ficava. O pessoal, muito simpático, ensinou-nos a chegar até lá. A trilha é fácil e leva apenas 10 minutos. A cachoeira é linda. Tomamos um banho lá (eu e a Carol, pois o Jonas não gosta de água fria) e retornamos pela trilha. No meio dela vimos uma cobrinha passar ligeira pela trilha. Voltamos ao barzinho e tomamos quatro águas de coco. As crianças brincaram um pouco com o fluxo de água de um chuveiro, fazendo castelos e vendo se eles resistiam quando soltavam a água. Voltamos ao barco e fizemos nosso almoço e nossas obrigações (louça e diários). Levamos o barco para outro lugar (atrás da ilha Itaoca), que nos indicaram ser melhor para pernoitar (que eles chamam de “lugar do embate” – nunca tinha escutado esse termo). Pouco depois que ancoramos no lugar para pernoitar caiu uma chuvarada que veio com vento de cerca de 15 nós e deixou o mar mexido. As crianças estudaram geografia, li um pouco e fomos dormir cedo, com o barco balançando um pouco.

 

15/02/2006

Como fui dormir muito cedo, também acordei de madrugada (eram seis horas). As crianças dormiam e então tentei pescar um pouco e aproveitei para curtir o lindo amanhecer. Após uns 20 minutos pescando peguei um belo bagre e foi só. Voltei para a cama e dormi um sono muito gostoso até as crianças acordarem. Elas tentaram pescar mais um pouco, mas não pegaram nada. Tomamos um banho de mar e fizemos o café da manhã. Em seguida levantamos âncora e fomos ver as praias da enseada do pouso. Todas são bonitas, mas tem que se tomar muito cuidado na navegação, pois os moradores têm vários cercos colocados e eu vi um cabo preso em terra e que avançava cerca de 200 metros mar adentro. O pior é que o cabo era flutuante. Se pegar no hélice, está feito o estrago. Fomos até a praia do Pouso mas não descemos lá. Paramos no costão ao lado da praia para um mergulho. O fundo é bonito e eu peguei uma tainha, mas foi só o que vi de peixe de caça. Voltamos ao barco e resolvemos ir voltando, pois o vento estava bom. Demos uma velejada deliciosa de volta, com o vento entrando desde través até popa rasa e só ligamos o motor após a ilha do Mantimento para chegar em Jurumirim (ou seja, quase nada!). Descemos âncora e logo fomos preparar nossos peixes para o jantar, com salada e arroz. Assei os peixes no forno e ficaram ótimos. Conhecemos um casal de outro veleiro, o Guido e a Priscila, que pediram ajuda por causa de um “barulho estranho” no barco. Cheguei lá e escutei o tradicional “crepitar” de cracas, ouriços e outros bichos quando estamos em certos lugares. Eles se assustaram pois nunca tinha ouvido esse barulho, que aumenta de volume, com a cabine do barco servindo de caixa de ressonância. Parece mesmo alguma coisa pegando fogo! Tranqüilizei-os que isso era normal e o Guido me levou de volta ao barco, onde nos fez um convite para conhecer sua pousada em Ilha Grande na enseada das estrelas. Pretendo aceitá-lo, pois os dois parecem ser gente finíssima. Após o jantar li um pouco e as crianças estudaram matemática. Elas tem estudado sozinhas, eu tiro dúvidas quando precisa e corrijo os exercícios. Está funcionando muito bem. Deitamos cedo, mas os três ficaram acordados sem falar nada. Após uma meia hora de silêncio, com o Jonas se mexendo para todo lado, perguntei se ele estava acordado, ao que a Carol respondeu que também estava. Disse para eles contarem “peixes-carneiro” para dormir. A resposta foi que “peixe-carneiro” não existe e que eles contariam “peixes-cabra”! Parece que funcionou pois o silêncio foi completo em pouco tempo.

 

16/02/2006

Acabamos acordando mais tarde do que pretendia, pois a noite estava gostosa para dormir. Levantamos, demos uma ordem no barco, fizemos café e as crianças ditaram os diários delas para eu poder colocar na internet. Eu prefiro digitar os diários pois a minha digitação é muitíssimo mais rápida. Levantamos âncora e fomos para a marina. Chegando lá tomamos uma ducha (a piscina estava em manutenção) e fomos para a cidade. Passei na lan-house e depois fomos comer alguns salgados e tortas na “Sabor e Arte”. A Berê veio nos encontrar, batemos um papo e fomos até a marina com ela para que conhecesse o Fandango. Ela gostou da nossa “casinha” e, após tomarmos uma cerveja no restaurante da marina, retornamos à Parati para eu poder telefonar por Skype para a Lu. Não consegui micro disponível para isso nas lan-houses da região, então tentei voltar para a marina e falar de lá com o notebook. Por causa do horário, quando tem muita gente usando a internet e deixa a transmissão de dados mais lenta, a ligação não foi lá grande coisa e tivemos que acabar de falar por celular mesmo. Jantamos no barco e ficamos até mais de meia noite conversando no cockpit do Fandango.

 

17/02/2006

Acordei de madrugada com insônia novamente. Em vez de ficar virando na cama, peguei o notebook e fiz uma série de atualizações no site que eu desejava. Entre elas colocar mapas nos lugares visitados. Trabalhei bastante até as 9 horas e deitei para descansar mais um pouquinho. Logo levantamos todos, tomamos café com as últimas coisas frescas que havia no barco, as crianças fizeram as obrigações e fomos para a piscina. Tentei me conectar na marina para enviar um e-mail urgente e achei a conexão tão boa que fiz todas as atualizações do site que precisava. Tentei ligar por Skype para a Lu e conseguimos falar bem (e gratuitamente) por mais de 40 minutos. Em seguida fomos até Parati, onde passeamos, comemos uns salgados e tortas na Sabor e Arte (viramos fregueses habitais, passamos no mercado e voltamos para a marina para esperar meu irmão (Celso) que estava chegando de São Paulo para nos visitar. Quando acabamos o banho ele chegou e fomos logo dar um abraço nele e beijos na minha cunhada (Di) e sobrinha (Giulli). Mostramos a marina para eles, fomos até o barco e, após o banho deles, fomos até Parati para jantar. Comemos na Creperia e eles gostaram muito. Enquanto estávamos lá vimos a banda passar duas vezes. Essa bandinha, com as pessoas dançando (algumas fantasiadas) atrás, lembra-nos o antigo Carnaval inocente de rua. Após o jantar demos uma caminhada pela cidade e retornamos à marina para dormir. Eu estava esgotado.

 

18/02/2006

Assim que acordamos fomos logo para a marina tomar café da manhã com o Celso, a Di e a Giulli. Após o café fomos buscar gelo e logo saímos para aproveitar o lindo dia. Passamos em frente à Parati para fotos, passamos na marina do Engenho para ver o Parati 2 e depois seguimos até Jurimirim. Ancoramos o barco e descemos na praia. A água estava muito quente e com boa visibilidade. Logo fomos mergulhar onde mostramos para meu irmão e para a Giulli as estrelas-do-mar enormes e ainda vimos, entre outros, peixes-trombeta e um pregoai. Após curtir a praia, fomos para o barco, fizemos um lanche e seguimos para a ilha Rasa. Quando chegamos lá, o tempo estava ameaçando chuva. Descemos e pouco depois começou a chover e logo caiu um temporal muito forte, que nos obrigou a mudar de mesa duas vezes. Mas estávamos bem abrigados e comendo bolinhos de peixe e batatas fritas. As crianças fizeram um passeio para procurar as cotias, mas a chuva não me deixou mostrar toda a ilha para o Celso e para a Di. Após a chuva e os bolinhos, retornamos ao Fandango e seguimos para a marina. Tomamos banho e fomos para Parati passear. Compramos calçados para a Giulli e para a Carol e fomos jantar na Costelaria da Varanda. Infelizmente a carne não estava tão boa e o cordeiro foi difícil de se aproveitar algum pedaço. Após o jantar passeamos por Parati, onde tomamos um sorvete, vimos um ótimo pintor com latinhas de tinta em spray em serviço (o Celso e a Di não resistiram e compraram um quadro dele) e um pedaço de show com malabares de fogo e atabaques marcando o ritmo. Voltamos para a marina, pois estávamos todos cansados, mas aproveitamos a hora de sono que ganhamos com a mudança do horário de verão e ainda tomamos um vinho prosseco geladinho no barco, que havia sido presenteado pelo Nelson e Cristina. Dormi feito um anjo.

 

19/02/2006

Com a mudança de horário de verão acabei acordando mais cedo do que tínhamos combinado com o Celso. Aproveitei para ler um pouco do livro “Estórias de Robôs”. Chamei então as crianças, que fizeram suas obrigações e fomos tomar café na marina com o Celso, Giulli e Di. Logo em seguida saímos com o Fandango em direção à ilha Rasa, que eles tinham gostado muito na véspera. Lá mergulhamos, passeamos para eles conhecerem a ilha, conseguimos entrar na casinha que fica a ponta da Ilha e que é muito agradável. Descobrimos que eles alugam essa casinha. Comemos mais duas porções de bolinhos de peixes e uma de aipim. As crianças acharam duas lesmas do mar jogadas na praia e tentaram fazer com que voltassem para o mar. No começo da tarde retornamos para a marina e o Celso, Giulli e Di foram preparar as malas.Nós tomamos um banho de piscina e fomos para Parati tentar comprar uns presentes que precisava. Não achei o que eu queria, pois muitas lojas estavam fechadas, mas mesmo assim conseguimos comprar uma lembrança para o Gui, filho do Renato e da Clélia que fez aniversário. PARABÉNS GUI!!! Esperamos o Celso na “Sabor e Arte” para comer a tão falada torta e mais algumas empadinhas. Nos despedimos deles, que precisavam voltar a tempo da Giulli fazer algumas lições e fomos dar uma passeada em Parati. O Jonas e a Carol queriam ir até o píer para ver alguns barcos da Marinha que havíamos visto de manhã perto do Píer. Não os encontramos e após o passeio passamos no mercado para abastecer a despensa. Fomos para a marina, caímos mais um pouco na piscina e depois falei com a Lu por Skype em São Paulo. Jantamos um frango assado que havíamos comprado no mercado enquanto assistíamos os “Goonies”, que o Celso, a Di e a Giulli haviam trazido de presente para as crianças. As crianças adoraram e fomos dormir sonhando com tesouros e barcos piratas.

 

20/02/2006

Acordei cedo para fazer algumas coisas que precisava e, após o trabalho e café da manhã, fomos até Parati. Lá tentei enviar e-mail’s (que não havia conseguido na marina), mas também não consegui. Fui sacar dinheiro, mas o caixa 24 horas estava sem grana. Demos uma voltinha, encontramos com a Berê por acaso e retornamos para a marina para almoçar. Antes tomamos um ótimo banho de piscina e então fiz um gostoso frango com risoto de curry e salada. Estava muito bom. As crianças foram brincar e, após alguns pequenos consertos, limpezas e arrumações no Fandango fui tomar uma cerveja com o vizinho, que tem um lindíssimo “Alegro Vivace 43”. Quanto espaço!!! Ficamos conversando um pouco e logo fui para a piscina com o computador. Consegui enviar os e-mail´s que precisava e recebi uma série de notícias de amigos, entre eles do Dimitri, que foi correr a Eldorado-Brasilis. Que tentação! Ele foi à bordo do Kanaloa e disse que a regata foi maravilhosa. Falou muitíssimo bem de Trindade, onde foram recebidos com todas as atenções pelo pessoal da Marinha do Brasil. Vou dar um pulo em Itamambuca para ver as fotos pessoalmente. Conheci também o Alceu, dono de um Arpege 30’ chamado Atlantis, que nos presenteou com uma âncora danforth. É engraçado, mas gosto de ter várias âncoras reserva no barco. Nunca se sabe quando uma âncora vai prender em algo no fundo e ter que ser abandonada. Quando anoiteceu conheci o Paulo César, que estava na piscina brincando com as crianças e conversamos um pouco sobre Parati e nossa viagem. Voltamos ao barco, as crianças lavaram a louça, estudaram (houve um stress com relação a quanto tinham que estudar: ficaram mal acostumados em conseqüência do final de semana), jantamos uma sopinha e fomos dormir.

 

21/02/2006

Acordei cedo pensando em abastecer o barco e irmos para Jurumirim. Logo chamei o Jonas para estudar português enquanto ele e a Carol faziam as obrigações deles, fiz café, comprei gelo e tentei mandar e-mail’s. Quanto aos e-mail´s acabei indo duas vezes para Parati e nada consegui. Fora a falta de energia elétrica na cidade, todas as lan-houses e a marina estavam sem comunicação de internet por problemas numa antena. Numa das idas à Parati deixei as roupas para lavar. Como eles estavam sem luz pediram para buscá-las amanhã ou depois. Quando estava tudo mais ou menos pronto para sairmos o tempo ameaçou virar e mudamos os planos: ir amanhã bem cedo. Logo a chuva caiu. Ficamos no barco e eu tirei uma soneca enquanto as crianças faziam desenhos e brincavam. Quando parou um pouco de chover já estava anoitecendo. Fiz o jantar e em seguida fomos tomar banho. Após o banho tentei mais uma vez enviar e-mail´s e logo começou a chover. Não consegui enviar os todos os e-mail’s. Voltei ao barco e, enquanto as crianças brincavam e desenhavam, eu acabava de ler o “Estórias de Robôs”. Quando fomos dormir ainda chovia.

 

22/02/2006

Como precisava enviar os e-mail’s, logo que acordei fui tentar fazê-lo na marina. Não consegui. Dei alguns telefonemas para resolver problemas e fiz nosso café. Uma pessoa se aproximou do barco e me chamou, perguntando se eu ia subir a costa. Logo se apresentou: Janjão do veleiro Sweet. No mar todos se auxiliam e procuram passar informações. Janjão é uma pessoa que vai além disso: muitíssimo prestativo, me deu várias informações, conselhos e telefones de contatos ao longo da costa pelos lugares que pretendemos passar. O gostoso de velejar também está no prazer de encontrar pessoas como o Janjão e que não são poucas no meio náutico. A impressão minha é que como não existe a “fogueira das vaidades” e todos, sem exceção, já foram ajudados e respeitam demais o mar e seus perigos, o ato de passar e receber informações é natural e feito com prazer, além de ser um excelente meio de se fazer amigos. Com certeza ainda encontrarei o Janjão velejando por aí na nossa viagem.  Após tomarmos o café fui para Parati enviar os e-mail’s (finalmente consegui) enquanto as crianças ficaram fazendo suas atividades no barco. Ao retornar soltamos as amarras e fomos até Jurumirim para uma aula de pesca-submarina, que foi lograda por causa da água turva. Valeu pelo banho de mar delicioso e pela volta velejando, com as crianças curtindo bastante. Voltamos para a marina, tomamos um banho e fomos para Parati jantar. Após um delicioso jantar, passeamos pela cidade e retornamos ao barco com as crianças caindo de sono. Ainda fiquei um bom tempo acordado falando com a Lu através de Skype e matando as saudades antes de dormir.

 

23/02/2006

Acordamos cedo para irmos passear. Rapidamente tomamos nosso café da manhã reforçado e as crianças fizeram seus diários. Pegamos o carro e seguimos para Trindade, cujas praias ficam bem perto de Parati. Saindo da rodovia pegamos uma pequena estrada calçada e cheia de buracos. São quase oito quilômetros numa estrada estreita com sobe e desce toda hora. Mas, se o trajeto fosse feito a pé também valeria a pena ter ido. As praias são maravilhosas. Fomos na praia do Rancho e na praia do Meio, de onde visualizávamos a linda praia do Caxadaço. Tirei muitas fotos e o Jonas e a Carol brincaram bastante nas ondas e também ficaram vendo outras crianças surfando. Acharam uma linda lesma-do-mar numa piscina e ainda resgataram outras duas perdidas na arrebentação, colocando-as junto com a primeira. O lugar é paradisíaco (é considerado das praias mais bonitas do Brasil e com justiça) e está bem mais conservado do que a última vez que eu fui. Após cinco horas brincando nas praias, ainda tive “problemas” para irmos embora, pois queriam ficar mais. Na volta, a surpresa: todos os buracos que pegamos na ida haviam sido consertados. Chegamos na marina, tomamos um banho de ducha (a piscina estava impraticável) e fomos às obrigações (e-mail’s, diários e estudo). Depois delas, fomos até Parati para matar uma vontade minha: escutar MPB em algum lugar. Escolhemos o “Café Parati”, pois lá estava tocando a Andréa Gorgatti, que já tinha visto outras vezes e nos deliciamos com o melhor da Bossa Nova na linda voz e interpretação dela. Compramos um CD e quando fomos embora, fomos pedir um autógrafo. Ela foi simpaticíssima conosco e tirou uma foto com as crianças. Após um paseeio rápido por Parati, onde aproveitei para fazer algumas fotos noturnas, retornamos ao barco bem cansados. Ainda fui falar com a Lu por Skype e mandar alguns e-mail’s antes de dormir.

 

24/02/2006

Acordamos, tomamos café, fizemos obrigações e estudos e fomos para Parati. O objetivo do dia era passear em alguma cachoeira e abastecer o barco para o passeio de Carnaval que faríamos com a Lu e a Mônica. Comemos alguns salgados e doces no Sabor e Arte e fomos para a cachoeira da Pedra Branca. No caminho passamos pela Fazenda Murycana, que parece ser muito legal e pretendemos visitar em outro dia. A cachoeira é longe, o caminho não é bom, mas vale a pena visitar. Lá há uma antiga usina hidrelétrica desmontada, onde agora é um restaurante. A cachoeira tem duas quedas d’água distintas e o poço de cima é mais legal para tomar banho com as crianças. Ficamos pouco tempo, pois começou a chover e o caminho é muito ruim. Na volta pegamos um “congestionamento de cavalos” na estrada e demoramos um pouco para voltar. Na rodovia de Parati para Cunha também vimos algo inusitado: peões-boiadeiro levando vários bois e vacas para alguma fazenda no meio da estrada. Depois fomos na exposição de bromélias e orquídeas, muito bonita por sinal, voltamos para Parati e seguimos para o mercado para fazer as compras. Fomos para a marina e jantamos no barco um gostoso capeletti antes de dormir.